XVI Encontro da Abrapso Regional Sul

“A cidade não conta o seu passado, ela o contém como as linhas da mão, escrito nos ângulos das ruas, nas grades das janelas, nos corrimãos das escadas, nas antenas dos para-raios, nos mastros das bandeiras, cada segmento riscado por arranhões, serradelas, entalhes, esfoladuras.” (Ítalo Calvino – As cidades invisíveis)

 

 

As cidades invisíveis do Ítalo Calvino são uma ficção, mas uma ficção que nos permite indagações pertinentes às várias implicações das cidades e suas contradições na existência humana.

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Este é um evento dedicado às cidades e suas (in) visibilidades. Nossas cidades, talvez um pouco mais concretas que as de Calvino, deixam suas marcas na subjetividade de quem nela vive e circula, assim como também deixamos nela nossas marcas. Marcas da infraestrutura precária; da distribuição desigual dos espaços, bens e serviços; da circulação caótica; das políticas públicas que servem a interesses do capital; das manifestações políticas.

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Estamos num momento em que as forças econômicas dominantes erguem muros, reais e simbólicos, limitando a expressão no espaço da polis. Vozes são caladas ou ridicularizadas, questões sociais são invisibilizadas em nome de um progresso que serve a poucos, mas ainda há possibilidade de reação, e ela nunca foi tão necessária. Mais do que nunca precisamos concentrar nossas forças no resgate da cidade desejante, ativa, buscando soluções para enfrentar a política dos poderosos.

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Este é um evento para despertar a sabedoria necessária ao enfrentamento do abandono e desesperança que ficam escondidos por trás dos muros invisíveis e visíveis das cidades. Um evento que, pela sua temática, já conclama à transdisciplinaridade, ao diálogo com outras áreas, à consciência de que juntos seremos maiores.

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Numa cidade também pode-se caminhar pelas calçadas, respirar seus ares, atravessar suas ruas, esbarrar com suas gentes, se manifestar, se encontrar. Curitiba quer ser o lócus desse encontro. E que ele seja potente!

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Sejam todxs bem vindxs.